Para quem quer investir, a questão central é que os retornos a médio e longo prazo podem compensar a compra de um imóvel neste ano de incertezas, com o setor ainda morno, o que daria espaço para negociações mais baratas para o comprador.
Não é incomum que momentos de juros altos deixem o setor imobiliário fragilizado. Pela ótica do investidor, há possibilidade de retornos de renda fixa generosos com a Selic no atual patamar de 13,75% ao ano. O retorno do aluguel, por outro lado, fica preso a uma média que vai de 5% a 6% ao ano, segundo levantamentos como o Índice FipeZap de Locação.
Entretanto, é em momentos assim, que o investidor pode encontrar pérolas raras e ampliar os ganhos ao comprar ativos com preço abaixo do que valem (ou pode vir a valer) no médio e longo prazo. Se o valor inicial do investimento é menor, o retorno tende a ser maior. Sobretudo considerando que num mercado de compra morno, o aluguel passa a se valorizar.
Em 2022, por exemplo, o preço das unidades residenciais subiu 6,12% no ano contra 16% dos aluguéis no período, maior alta em 11 anos, segundo o FipeZap.
Outra opção que ganha relevância são os fundos imobiliários que, assim como os imóveis, podem oferecer retornos mensais, mas com risco diluído.
O Ifix, índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na bolsa brasileira, encerrou o ano com rentabilidade acumulada em 2,22%. Como o ano foi de protagonismo da renda fixa, os fundos de papel (que alocam em recebíveis imobiliários, ativos de renda fixa) se destacaram entre os melhores desempenhos da classe, alguns com retorno de até 26% no período. Entre os piores, por outro lado, alguns tijolos foram os que mais puxaram o índice para baixo, com perdas de até 47,74%.
Dito isto, e sabendo que o investimento em tijolo é paixão nacional, vale explorar e pesquisar as oportunidades na compra de imóveis em si.
Se a ideia é mesmo investir diretamente em imóveis como forma de aumentar o patrimônio, de acordo com o “Termômetro Imobiliário” do GRI Club com a Brain Inteligência Estratégica, o segmento residencial lidera as apostas, com 74% das indicações de agentes do setor. Na sequência, especialistas indicam investimentos em galpões (41%) e em loteamentos (38%) como as melhores opções no mercado imobiliário atualmente.
Ainda impactados pelos efeitos da pandemia, hotéis (7%), shoppings (13%) e escritórios (14%) surgem, nesta ordem, entre os segmentos com menor potencial de valorização neste ano, de acordo com a mesma pesquisa.
Pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), medido pelo IBGE com a Caixa Econômica Federal, o custo nacional para o setor de habitação no Brasil está em R$ 1.679,25 por metro quadrado (m2). Conforme o indicador, que mede a variação dos custos e índices de custos da construção civil, as regiões mais caras do país são:
- Sul, com custo de construção a R$ 1.761,89/m2;
- Sudeste, com custo de construção a R$ 1.735,03/m2;
- Centro-Oeste, com custo de construção a R$ 1.722,72/m2;
- Norte, com custo de construção a R$ 1.697,69/m2;
- Nordeste, com custo de construção a e R$ 1.560,52/m2.
A diferença entre as regiões pode ser explica principalmente pela discrepância entre os patamares salariais, uma vez que a mão de obra compõe 40% dos custos, em média. Mas o vilão do setor são mesmo os materiais de construção, que correspondem aos 60% restantes dos gastos em construir. No Mato Grosso, estado que teve a maior alta do ano (20,52%), as despesas com materiais subiram 22,39% em 2022.
Fonte: valorinveste.globo.com