Caminhabilidade e a valorização

A maioria das grandes cidades estão planejadas para servir mais ao automóvel particular do que para servir ao pedestre ou a outro tipo de transporte, como a bicicleta.

Com o aumento expressivo dos congestionamentos no trânsito, alta produção de carbono e tantos outros danos causados pelo carro, o questionamento sobre as formas que utilizamos para nos locomover cresceu no mundo todo. A ideia do carro particular como solução de mobilidade, por exemplo, passou a ser questionado por muitos estudiosos, entre eles os urbanistas como, por exemplo, Jean Gehl e Jeff Speck, ambos especializados em projetar cidades voltadas para a escala humana como prioridade.

O arquiteto Jean Gehl, com mais de 50 anos de carreira, destaca-se em projetos para que diversas cidades do mundo tenham mais qualidade de vida urbana. Para ele, o planejamento urbano deve priorizar pedestres, ciclistas e a ocupação de espaços públicos. Seu trabalho contribuiu para que Copenhague (Dinamarca) se tornasse referência no mundo como uma das cidades mais agradáveis para se viver, por exemplo. Nesta cidade, o principal meio transporte é a bicicleta – é necessário dizer que este transporte já era bastante utilizado pelos seus cidadãos, porém o aumento das ciclofaixas estimulou mais ainda o uso deste meio de transporte. Copenhague não é só uma cidade com espaço para as bicicletas, mas é uma cidade caminhável que prioriza a escala humana.

É necessário entender que a transformação na mobilidade das grandes cidades é algo que já está acontecendo e que o desencorajamento do uso (e consequentemente a compra) do automóvel é um caminho sem volta. O veículo particular vem deixando de ser solução para tornar-se um problema a ser eliminado nas grandes cidades em todo o mundo. Hoje, tanto urbanistas como gestores públicos, entendem que o carro tem tomado um espaço absurdo nas ruas, seja com a construção de estacionamentos ou mesmo utilizando o mobiliário público para estacionar – ou seja, espaços na cidade que devem ser disponibilizados para TODOS e não apenas para veículos.

As cidades antes projetadas para os carros caminham para tornarem-se cidades projetadas para pessoas. Afinal, mobilidade não se trata em termos carros mais rápidos e sim fazer cidades melhores onde todos possam chegar aos seus destinos com diversas opções de locomoção.

Dentro desse contexto, a caminhabilidade é fator essencial, já que os outros meios de transporte, como, por exemplo, a bicicleta, o patinete e o transporte público nos incentivam a caminhar mais pelas ruas. Em contrapartida, também é necessário que os espaços possuam maior conforto ambiental e sejam mais seguro  – com calçadas livres e adaptadas a quem possui necessidades especiais, sinalizações, entre outros fatores, por exemplo – para podermos estimular as pessoas a caminharem mais pelas ruas.

Fonte: politize.com.br

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